Avaliações de Cervejas – O início…

Começaremos a partir de agora uma série continua de posts avaliando algumas cervejas, dentre as mais variadas nacionais, importadas, caseiras, além de algumas nossas.

Para começarmos, vamos puxar a sardinha pro nosso lado: escolhemos nossa Lobisomen Belgian Dark Strong Golden Ale. Esta Belgian Dark foi produzida com Vinho de Uvas Teroldego e maturada com Cubos de Carvalho Húngaro de torra média.

A Teroldego é uma variedade de uva que está se adaptando muito bem no Sul do Brasil, principalmente na região de Urubici e São Joaquim. É uma variedade de uvas roxas intensas, quase negras, que produzem um vinho frutado, de médios e suaves taninos e que, se bem cultivadas, produzem vinhos potentes (até 13,5% ABV) e com grande potencial de guarda.

A base da cerveja é uma receita simples, como deve ser para uma Belgian Dark Strong: blend de Munich e Pilsen, com toques de Carafa III, aveia em flocos e Candi Sugar. O lúpulo de amargor, incluso também para o First Wort hopping para balancear melhor o dulçor da cerveja, fazendo o amargor durar um pouco mais. O fermento de escolha desta vez foi o WLP 530, que produz bastantes esteres frutados e é utilizado por 2 dos monastérios trapistas.

Características da Cerveja

ABV: 12,2%

SRM: 23

IBU: 20

Sem mais delongas, vamos a degustação.

Degustação

Aparência

Começamos pelo inusitado processo das primeiras garrafas de teste que estão com 1 cubo de carvalho em cada, devido a uma demonstração que teremos de fazer do produto em breve. Levemente turva, de cor castanho arroxeado escuro quase preta. Média alta formação de espuma e carbonatação média alta, bonito belgian lace formado com o tempo.

Aroma

Muito aroma de frutas, predominando as escuras como passas e ameixas, certa rusticidade no aroma pois lembra também um bom vinho. O álcool também está presente no aroma e deixa trasnparecer seus 12% ABV. O carvalho não fica para trás, notas leves de baunilha.

Sabor

Acompanha o aroma, mas mais intenso, as frutas explodem na boca devido a carbonatação mais alta, leve acidez devido ao vinho. Os taninos complementam o sabor do carvalho Húngaro com baunilha, chocolate e leve cacau. De baixo amargor, notas de malte caramelo e adocicados do malte munich se mesclam ao sabor de uva. Bastante seca e alcoólica.

Corpo

Corpo médio, carbonatação levemente alta, e baixo nivel de taninos.

Drinkability e notas

Cerveja bastante inusitada, as notas amadeiradas complementam de forma surpreendente esta cerveja, algo impossível de descrever. Mudaria pouquíssimo esta cerveja, a começar removendo o carafa, pois sua cor está no limite final do estilo. Um pouco mais de aveia balancearia a falta de corpo do vinho e a deixaria mais redonda ainda, pois o alcool está muito elevado – enfim, uma cerveja para se beber devagar. Com uns 3 meses de garrafa apostaria muito mais nessa cerveja, pois o carvalho não está bem inserido no conjunto e os sabores dos maltes e da uva iriam incrementar. Apostaria numa harmonização com um bom Queijo Gorgonzola.

Aguardem, a próxima da fila é uma dos 6 tipos de Lambics que produzimos e estão a mais de 1 ano entre maturação e garrafa!

 

Esta cerveja está na sua segunda versão. Na primeira versão, temos como contraponto de degustação nosso caríssimo Rodrigo do Paraquevocerveja (degustação aqui).

Cheers!

 

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