Experiências Parte 1: “vinho de frutas”

Boa noite a todos!

A tempos não dou o ar da graça escrevendo, parte por falta de tempo, parte por estar me dedicando a alguns novos hábitos – entre eles, não comprar mais pão industrializado, produzindo sempre que quero. Isso tudo toma tempo, combinado à viagem que fizemos aos Estados Unidos, acaba que volto cheio de novidades.

Este posto, apesar disso, não tem muito de novo… o que vou relatar que fiz aqui já rolou a uns 11 meses atrás. Como fazemos nossas cervejas em Blumenau, e moro em Floripa, queria me distrair e inventar alguma coisa alcoólica pra beber com nossos amigos. A primeira experiência foi um Hidromel basicão, e outro com framboesa. Ambos ficaram muito bons, mas acabaram não carbonatando bem – sabe como é, a levedura não trabalhou bem depois que passou de 15% de álcool.

Logo na sequência, resolvi mandar dois vinhos de frutas. A receita, passa de simples: para o vinho de Amora, 2.5kg de açúcar orgânico (porque preserva nutriente para a levedura), 1 kg de amoras esmagadas, 10 Litros de água, nutriente para levedura (porque não tem o suficiente nessa mistura), além de um WLP720 (o Sweet Mead da Whitellabs).

Como já havia feito um Hidromel com ele, nem precisei ativar. Misturei os ingredientes, aqueci até 60ºC por 15min, deixei resfriar até chegar à temperatura ambiente, inoculei a levedura com 1 colher de chá de nutriente. E fechou. O bicho trabalhou violentamente rápido… é um fermento forte, que de Sweet não tem lá muita coisa.

Maturado durante 7 dias na geladeira, coloquei um pouco de gelatina sem sabor para baixar tudo, e reinoculei levedura ao engarrafar. Não cabonatou muito bem, mas ficou seco e sensacionalmente saboroso. É incrível, pois considerando que o extrato primário não tinha nada demais, ainda assim produziu uma bebida fabulosa.

Até agora parece um post normal. Até irmos pra a próxima bebida. Resolvi aprontar. Sim, nada mais nada menos que vinho de banana. Todo mundo torce o nariz, acha esquisito e estranho. Não é. É divino.

A receita, mais uma vez, muito simples: 2kg de banana caturra, 1 kg de açucar, 0,5kg de banana prata, 500g de banana passa, 1 limão siciliano (suco e cascas), 5 cravos e 10 litros de água. Põe as bananas todas cortadas em rodelas, inclusive a passa, e dá-lhe água pra ferver. Ferve durante 15 minutos em uma panela tampada. Desligue o fogo, destampe, adicione o açúcar, o cravo, o suco e as cascas do limão e o cravo. Deixe esfriar até chegar à temperatura ambiente. Inocula a levedura, com nutriente, e deixa fermentar (levou quase 25 dias pra finalizar). Ao abrir o fermentador, não se espante: tem cheiro de chorume, aparência de lixo ou esgoto. Retire com cuidado o líquido, se precisar, utlize um voal para filtrar bem. Deixe maturar por mais 1 mês na geladeira, e jogue 1/4 de pacote de gelatina sem sabor pra deixar tudo no fundo. Retire com muito cuidado, pois ficam micro-ultra-pequenos pedaços boiando. Engarrafe em garrafa de espumante, e aventure-se como quiser (fiz com 12 volumes). Carbonata legal, mas precisa maturar muuiitooo. Tomei um agora, já com 9 meses de garrafa, e ainda estava evoluindo.

Este post é simples, técnica praticamente idiota, sem instrumentos de medida, só o beersmith “estimando”o que aconteceria. Se ficou do jeito que planejei ou não, é outra história. Mas que ficou bom, ficou.

Que tal tentar fazer algo assim, planejado mais sem muito controle?

Fica a dica pra próxima semana!

Na quarta-feira, posto sobre minha outra experiência: german bitter, ou clone de Underberg.

 

Cheers!

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