Afinal, o que é uma nanocervejaria?

Boa noite, gente.

Cumprindo minha agenda de compromissos, falarei essa semana sobre um assundo bastante interessante: nanocervejarias. O que são nancocervejarias? Elas existem, ou são como enterros de anões, bruxas e outras lendas?

Iniciar uma busca pelo tema é pelos menos amedrontador. O termo nanobrewery vai trazer não muito mais que o termo lusobrasileiro. A primeira definição do termo chega ao cervejeiro caseiro, ou o home brewer. Nesta categoria, temos todos os cervejeiro caseiros, que produzem desde em uma panela de 20 litros até às panelas de 200 litros, nos mais diversos tipos de configurações. Alguns membros de Acervas chegam a montar equipamentos muito complexos, com controladores de gás, temperatura, de fluxo de água, etc. Me impressionou o trabalho de um rapaz da região de Florianópolis, chamado Loreno Minatti, fez muito mais que o dever de casa (aqui um vídeo sobre seu equipamento).

Mas as confusões anglo-saxãs avançam. Um outro termo próximo seria o craft brewer. O craft pode ser o nosso equivalente ao microcervejeiro, que chega em até 3.000 hectolitros/ano (ou 3 milhões de litros/ano) segundo os brasileiros. Craft e microbrewery misturam-se na legislação de outros países, ficando entre 1,8 milhão de litros/ano e nossos 3 milhões de litros/ano. Vale também ressaltar que em Santa Catarina há desconto para as Cervejaria Artesanais, no limite de 1,2 milhões de litros/ano (200 mil litros/mês).

Voltando, outras discussões trazem a nanocervejaria como produzindo até 117 litros por leva (o equivalente à uma unidade barrel, americana), ou segundo nossos compatriotas da Roman máquinas, com produção de até 200 litros/leva. Estas definições parecem mais interessante, ligando uma pequena produção e quantificando-a em valores. Desta forma, teriamos como nanocervejaria alguns brewpubs, e até alguns cervejeiros caseiros.

Como muitos setores brasileiros, o setor de cervejas não é excessão à regra: para registar uma cervejaria, independentemente do porte, têm-se que passar por todos os passos burocráticos: registro de empresa, registro no Ministério da Agricultura, pagamento de todos os impostos sobre produtos – pois cervejarias não estão no simples nacional), chegando-se, só com carga tributária, em algo em torno de 33% de impostos, em um cálculo aproximado.

A idéia da nanocervejaria também está ligada ao Slow food, movimento internacional que busca retomar hábitos há muito tempo perdidos em nossa sociedade, onde tudo é fast. Segundo o site Slow Food Brasil, o movimento busca

O princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores.

A idéia seria valorizar as regionalidades, saboreando e aproveitando a fabricação artesanal, que busca alternativas para atender ao meio-ambiente e à produtos de alta qualidade. O desenrolar desta tendência chega à cervejarias, principalmente em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, entre outros.

Mas o que é interessante, na idéia de uma nanocervejaria? Eu, pessoalmente, considero que o mais interessante é o carinho, a proximidade com que o cervejeiro elabora sua “obra”. Posso usar milho, arroz, malte, cevada torrada, canela, pamonha, abóbora, qualquer ingrediente, desde este seja utilizado com o intuito de dar peculiaridade, personalidade, enfim, característica desejável e única à cerveja. Respeitar o meio ambiente é uma questão que, mesmo não sendo chave, chega aos nanocervejeiros também. Afinal, comprar 50kg de malte e transformá-lo em cervejas gera muito menos frete, muito menos transporte e muito menos poluição, isso sem considerar nosso hábito de reciclar garrafas já utilizadas e dadas como “descartáveis”.

Por fim, acho que trouxe alguns aspectos interessante para a discussão deste assunto. Mais informações, por favor, consultem os links abaixo, aos quais utilizei como referência para este texto.

Uma ótima semana a todos!

Cheers!

Referências

http://www.topfermented.com/2010/01/06/startup-starting-small-the-nanobrewery-concept/
http://www.wikihow.com/Make-a-Home-Brewery-a-Commercial-Nanobrewery
http://thenewschoolbrewblog.blogspot.com/2010/08/what-is-nano-brewery-and-should-we-care.html
http://www.romanmaquinas.com.br
http://findarticles.com/p/articles/mi_m3469/is_8_52/ai_72119897/?tag=mantle_skin;content

Foto

http://neverthemachineforever.com/wp-content/uploads/2010/04/Nanobrewery.jpg

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4 Responses to “Afinal, o que é uma nanocervejaria?”

  1. Lucas
    November 2, 2011 at 22:46 #

    Então Diogo, estou a 1 ano fazendo cerveja e com a demanda que estou tento estou querendo aumentar a minha produção, tenho visto muitas nanocervejarias principalmente em Minas Gerias e muitas delas não são regularizadas, como que funciona isso, até quando posso fazer cerveja sem uma regularização?
    Grato
    Lucas Gato

    • November 21, 2011 at 18:20 #

      Boa tade, Lucas.

      Na verdade não há limites, desde que você não faça venda de nada. A partir do momento que você vende, se torna empresa e deve submeter-se à legislação brasileira. Desta forma, é necessário se registrar como empresa e realizar o processo de aprovação no Ministério da Agricultura. Mas desde já te dou a dica: é necessário ter equipamentos fechados para cocção, transferência e fermentação. Em suma, é necessário que você faça efetivamente uma cervejaria.
      Se precisar de mais alguma coisa, é só falar!

  2. João Carlos
    November 18, 2012 at 23:13 #

    Diogo, uma dúvida, caso eu tenha que aumentar a minha produção eu poderia fazer parceria com uma microcervejaria onde imagino que ela já tenha toda a liberação do Ministério da Agricultura etc..
    Isso pode ser feito ou não ???

    Abs

    • November 20, 2012 at 02:36 #

      Boa noite, João. Claro, a produção em microcervejarias é uma boa saída sim. Não se esqueça que, para venda dos produtos, é necessário que você tenha uma empresa, para fazer tudo corretamente.

      Abraços!

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